Rendição de Lula ao Centrão é o retrato da política burguesa

Rendição de Lula ao Centrão é o retrato da política burguesa

“Não existe almoço grátis”, diz um velho e conhecido ditado que bem define as relações entre o governo Lula e o Centrão, grupo parlamentar de direita e ultra fisiológico que domina as votações no interior do Congresso Nacional.

Eleito sem maioria na Câmara e Senado e assim necessitando conformar uma base de apoio para viabilizar os projetos de seu governo, como a PEC do auxílio-emergencial, Lula caiu de joelhos perante o Centrão, que logo de saída viu três exigências serem atendidas: o apoio do PT à reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara — terceiro cargo mais poderoso da República —; a concessão de ministérios e milhares de outros cargos para apaniguados do próprio Centrão; e a manutenção do chamado orçamento secreto, que permite o uso e remanejamento, sem qualquer transparência ou controle, de bilhões de reais em recursos públicos. O que na prática é a consolidação dos currais eleitorais mobilizados pelos parlamentares em todas as eleições.

Apesar de o STF ter recentemente considerado ilegal o orçamento secreto, Lula sabe que tal decisão em nada mudará objetivamente a dependência de seu governo frente ao Centrão.

Independente das condições adversas que Lula esteja enfrentando para aprovar seus projetos no Congresso Nacional, o fato é que, pela própria natureza reformista de seus programas políticos, governos como os do PT sempre capitulam frente ao poder das instituições burguesas, como aliás ficou evidente na própria formação da aliança que viabilizou a candidatura Lula, tendo Alckmin como vice e o sistema financeiro como fiador. Tudo — obviamente — sob as bênçãos do imperialismo.

A conciliação com a burguesia é sempre benéfica para a burguesia, nunca para o proletariado. Por isso que nós, do MM5, consideramos a ruptura com a política burguesa — que sempre é corrupta e degenerada — a condição fundamental para qualquer avanço na consciência de classe do proletariado.

Venceremos!

 

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