Brasil na Opep: cinismo de Lula e subserviência ao imperialismo

Brasil na Opep: cinismo de Lula e subserviência ao imperialismo

Durante a conferência da ONU sobre as mudanças climáticas (COP 28), Lula (PT) confirmou que o Brasil vai fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). A entrada brasileira no grupo deve ser feita em janeiro de 2024 e, ao anunciá-la, Lula disse que tentará “convencer os países produtores de petróleo a investirem em energia limpa”, superando assim a política de combustíveis fósseis.

A declaração de Lula é de um cinismo inimaginável até mesmo para os mais dissimulados políticos burgueses, sendo parte do teatro de ilusões que tanto caracteriza os governos de conciliação com o imperialismo, como é o do PT.

Qualquer pessoa com o mais rasteiro nível de informação sabe que, sob as condições atuais, em hipótese alguma as economias capitalistas podem abrir mão do consumo de combustíveis fósseis em larga escala, tendo em vista o caráter decisivo do petróleo como principal insumo e fonte de energia. Além do mais, a Opep representa, historicamente, os interesses das grandes potências imperialistas sobre a geopolítica mundial do petróleo.

Em razão do exposto, a inevitável pergunta: o que pretende Lula com tamanha desfaçatez? Já não basta a subserviência demonstrada por seu governo diante do imperialismo, quando recentemente negou-se a cortar relações diplomáticas com o Estado genocida de Israel? O mesmo Estado que vem trucidando populações civis na Faixa de Gaza, incluindo idosos, mulheres e crianças?

O aceno de Lula aos governos de extrema direita do Oriente Médio que compõem a Opep é, portanto, mais um vergonhoso episódio de conciliação no plano internacional. A mesma conciliação que, internamente, seu governo pratica quando não trata Bolsonaro e seus seguidores como os fascistas que eles realmente são.

Como diria o ‘Barão de Itararé’, personagem criado pelo folclórico jornalista Aparício Torely, “de onde menos se espera, daí é que não sai nada”, frase que serviria para mostrar as ilusões de grande parte da esquerda em relação ao governo Lula. Um governo de recuos e conciliação.

Venceremos!

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