Fascismo no Brasil é estrutural e continua acumulando forças

Fascismo no Brasil é estrutural e continua acumulando forças

Os reveses enfrentados nos últimos meses por Bolsonaro e seus seguidores, sobretudo após os acontecimentos de 8 de janeiro, não autorizam ninguém em sã consciência a afirmar categoricamente que o fascismo no Brasil estaria “derrotado” ou “fora de cena”.

Afirmações deste quilate voltaram à baila esta semana, após o STF ter condenado os três primeiros réus acusados de participar das manifestações bolsonaristas do 8 de janeiro, quando então as sedes do governo federal, do congresso nacional e do próprio STF foram invadidas e depredadas.

Além da condenação de parte dos seus apoiadores, Bolsonaro sofre ainda dois outros reveses: a recente condenação a 8 anos de inelegibilidade e a acusação de ter se apropriado de milhões de reais em joias doadas por governos estrangeiros ao Estado brasileiro, durante suas viagens internacionais.

Sem dúvida que tais reveses vêm arrefecendo os ânimos da extrema direita no Brasil. No entanto, o bolsonarismo — nome do fascismo brasileiro na atual quadra da história — continuará acumulando forças rumo à construção de um movimento muito mais amplo que a figura de Bolsonaro, sua principal liderança política.

Para nós, do MM5, tal acumulação de forças no campo da extrema direita continuará ocorrendo porque a formação social brasileira já possui em seu interior as condicões estruturais necessárias para a emergência de um projeto fascista e de massas, com ou sem Bolsonaro. A existência de uma classe média cada vez mais hedonista, consumista e conservadora e a presença de igrejas evangélicas neopentecostais com suas agendas ultrarreacionárias são alguns desses fatores, que também incluem a ideologia fascista que parametriza a atuação cotidiana das polícias estaduais e das forças armadas brasileiras.

Daí considerarmos má-fé ou, no mínimo, ingenuidade o discurso cada vez mais conciliatório adotado por Lula (PT) no trato com a extrema direita e suas bancadas espalhadas pelo Congresso Nacional e outras instituições burguesas.

Com o fascismo não tem conversa. E fascismo não se combate com evocações à democracia, mas tão somente a partir de uma genuína estratégia de luta proletária.

Venceremos.

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