Historicamente, os governos social-democratas e de conciliação com a burguesia, com o de Lula (PT), sempre hesitaram no combate ao fascismo e à extrema direita. Nos raros momentos em que ensaiaram alguma iniciativa nesse sentido, o fizeram repetindo a velha, surrada e ilusória tática de opor “democracia” a fascismo, como se a própria democracia não fosse ela mesma uma das responsáveis pelo crescimento do fascismo.
Esta lamentável forma de atuar é semelhante à que Lula (PT) no momento pratica em relação a Bolsonaro e seus seguidores. Uma forma baseada na mais absoluta covardia e em inaceitáveis tentativas de acomodação com o que existe de mais reacionário e atrasado na formação social brasileira, qual sejam: os militares, o Poder Judiciário, o Congresso Nacional, as fascistas igrejas evangélicas e o também fascista Bolsonaro.
Embora a extrema direita continue botando as garras de fora e embora já haja motivos de sobra para a prisão de Bolsonaro, o governo Lula aposta cada vez mais na conciliação. Foi assim no último dia 1º de abril, quando suspendeu as solenidades oficiais sobre o golpe de 64, para agradar aos militares. E foi também assim quando recentemente propôs novas isenções fiscais em benefício do segmento evangélico, composto majoritariamente por igrejas que são verdadeiros aparatos fascistas.
Na prática, Lula prepara o terreno e as condições para abreviar o tempo de seu próprio governo e assim pavimentar o caminho para o retorno do bolsonarismo ao poder.
Mesmo sem Bolsonaro candidato, o bolsonarismo continuará acumulando forças e cada vez mais assumindo uma postura ameaçadora, como ficou patente na recente visita que os governadores de São Paulo (Tarcísio de Freitas) e de Goiás (Ronaldo Caiado) fizeram, em Israel, ao assassino e carniceiro Benjamin Netanyahu, responsável pelas mortes de 35 mil palestinos na faixa de Gaza, a maioria crianças.
Com o fascismo não se brinca. Com o fascismo não tem conciliação, e Lula já deveria saber disto.
Venceremos!
Assista ao Programa Conexão MM5 do último dia 4 de abril, que debateu este tema, clicando no link abaixo:
