Ao conciliar com Centrão, Lula prepara o fim antecipado de seu próprio governo

Ao conciliar com Centrão, Lula prepara o fim antecipado de seu próprio governo

Historicamente, a política burguesa é marcada por práticas clientelistas, fisiológicas e oportunistas que, na maioria das vezes, transformam-se num balcão de negócios para loteamento de cargos e polpudas verbas financeiras junto às superestruturas do Estado burguês. O que acontece independente de o regime ser parlamentarista ou presidencialista, independente de ser uma democracia, uma ditadura clássica ou uma ditadura fascista.

Um exemplo desse pântano que tanto tipifica a política burguesa pode ser identificado nas atuais negociações entabuladas entre Lula (PT) e o chamado Centrão — grupo de parlamentares de direita cujo único “princípio” é não ter qualquer princípio, a não ser a obtenção de vantagens pecuniárias.

Desesperado por ter minoria de parlamentares no Congresso Nacional, Lula cada vez mais vem fazendo concessões ao deputado bolsonarista Artur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e líder inconteste do Centrão, como forma de garantir salvo-conduto aos projetos de seu governo. O resultado é uma reforma que já entregou o Ministério do Turismo ao deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) e que, em breve, deve entregar o Ministério do Desenvolvimento Social ao bolsonarista deputado André Fufuca (PP-MA), o mesmo que, em 2016, votou abertamente pelo impeachment da então presidente Dilma (PT).

Além de conciliador, Lula é no mínimo ingênuo ou então age deliberadamente como “sócio” do Centrão. O que é ainda mais intrigante num governo que, mesmo recuado e conciliador, já sofreu uma primeira tentativa golpista durante as manifestações da extrema direita bolsonarista protagonizadas em janeiro deste ano.

Ao trocar confidências com Lira e conciliar com o pântano da política burguesa, Lula sem dúvida abre caminho para abreviar a duração de seu governo e assim entregar o poder novamente à extrema direita. Talvez, antes de 2026.

Venceremos!

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