Venezuela: o imperialismo aperta o cerco

Venezuela: o imperialismo aperta o cerco

Está mais que comprovado que o imperialismo não vai abrir mão da Venezuela, que o imperialismo não pode recuar de seu intento de destruir o bolivarianismo. Nenhum esforço diplomático – ou de qualquer outra natureza que não de força – poderá fazer com que o imperialismo desista de voltar a escravizar o proletariado venezuelano. O imperialismo não quer e não pode fazê-lo. Se os Estados Unidos, particularmente, ainda não promoveram uma invasão militar séria, não aquelas palhaçadas protagonizadas por Juan Guaidó e sua quadrilha, é porque sabe muito bem o que o esperaria. É por isso que mantém a estratégia de cerco e aniquilamento, até agora coroada de sucesso, com o auxílio dos demais países líderes do capitalismo mundial.

E o fator principal entre os que alimentam a voracidade do capital em sua empreitada intervencionista sobre a Venezuela Bolivariana é a questão política. Dado o potencial revolucionário do proletariado da terra de Bolívar e Chávez, os analistas da Casa Branca e do Pentágono sabem muito bem o que significa e o que pode significar um processo de aprofundamento e radicalização da Revolução Bolivariana como sinalização aos demais trabalhadores do nosso continente, e mesmo de todo o mundo, do caminho  da libertação. Em todo o decorrer da década de 1960 e início dos anos 70, víamos praticamente todos os dias nas páginas dos jornais e noticiários da televisão repetidas alusões ao “efeito dominó” da guerra de libertação do Vietnam do Sul comandada pelo movimento Vietcong com apoio decisivo do Vietnam do Norte. Como se sabe, a guerra custou a vida de cerca de dois milhões de vietnamitas (entre civis e militares), tendo o imperialismo perdido não mais que cinquenta mil soldados. Mas a vitória ficou do lado do proletariado, que mais uma vez expôs ao mundo a valentia e o heroísmo dos trabalhadores quando conscientes da verdade revolucionária. Conhecedores desta lógica, é que os imperialistas ainda não partiram para uma intervenção militar séria, lógica que implica a existência, na Venezuela, de uma sólida aliança civil-militar sustentada por um proletariado igualmente heroico e uma Força Armada (em todos os seus diversos segmentos) disposta à luta e pronta para a defesa de seu chão. Não podemos esquecer que os Estados Unidos contam com trinta bases militares na Colômbia e com o alinhamento irrestrito do governo de Ivan Duque. Mas, como diz o ditado, gato escaldado tem medo de água fria. No mais, se o cerco está dando certo, não há necessidade de uma invasão.

Sabendo, pois, que tem tudo a perder com uma intervenção militar direta e, de outro lado, com tudo a ganhar com a estratégia de cerco, o imperialismo vem mantendo de forma ininterrupta, desde a posse do Comandante Chávez, um conjunto de ações criminosas mundialmente articulado e voltado para o estrangulamento da economia venezuelana, ou melhor, do proletariado venezuelano, através da instalação de uma epidemia de fome. Neste vale-tudo, cabe o roubo puro e simples de toneladas de ouro de propriedade do estado bolivariano depositadas em bancos europeus, ingleses principalmente. Cabe também um bloqueio à circulação de navios venezuelanos transportadores de petróleo bruto – principal fonte de divisas do país destinado à exportação. Laboratórios europeus e norte-americanos estão proibidos de vender medicamentos à Venezuela. A indústria petrolífera do país não encontra fornecedores de peças de reposição, o que causou a redução da produção diária do óleo, nos últimos anos, de 2,9 milhões para menos de um milhão de barris. Internamente, o contrabando, a especulação e, principalmente, a sabotagem dos latifundiários e da indústria alimentícia, a Rede Polar à frente, completam a cena deste crime de lesa-humanidade.

Resultado: a fome invade os lares do proletariado venezuelano.

Em que pesem todos os esforços e providências do governo do companheiro Maduro, o imperialismo indica que vai manter tal política. Mais que isso, vai aprofundá-la. Recentemente, o encarregado de assuntos referentes à Venezuela no Departamento de Estado dos Estados Unidos, Elliot Abrams, vangloriou-se da apreensão de cinco navios iranianos que transportavam combustíveis para a Venezuela. E que ninguém se iluda: ganhando Trump ou Biden nas eleições de novembro nos EUA, a estratégia será mantida, já que não se está falando de uma política de governo, mas, sim, de uma política de estado. Que isso fique claro para todos que nos comprometemos com a solidariedade à Venezuela.

Avançar

Só resta à Revolução Bolivariana o caminho do avanço. Somente o aprofundamento do bolivarianismo poderá rechaçar a agressão imperialista, ao atual cerco-aniquilamento realizado pelo imperialismo. Somente a unificação real do proletariado venezuelano com seus aliados, em torno de bandeiras imediatas de interesse real e concreto deste proletariado, é que poderá estancar a sangria imposta pelo imperialismo. À ofensiva imperialista, temos que contrapor uma investida bolivariana, verdadeiramente bolivariana: de luta, de avanço. Permanecer como está é impossível, recuar é morte.

O Movimento Marxista 5 de Maio-MM5 reafirma aqui sua proposta de criação de uma Frente de Unificação Revolucionária Bolivariana-FURB, a ser integrada pelos partidos, sindicatos, comunas, conselhos, coletivos e a  FANB, e unificada em torno de três consignas fundamentais, capazes de incorporar  simultaneamente os interesses imediatos e de longo prazo do proletariado e também capazes, por isso mesmo, de mobilizar este proletariado, seus coletivos e seus aliados (partidos, Força Armada etc.) para a libertação total do jugo imperialista. São estas as consignas unificadoras, que somente podem ser tomadas em sua interdependência e sustentação mútua, em um só bloco, uma só bandeira:

  1. a) Implantação do poder comunal (comunas, conselhos, sindicatos, bases militares etc.).
  2. b) Congelamento imediato de todos os preços com ajuste geral de salários.
  3. c) Estatização dos grandes monopólios, estrangeiros e nacionais.

À luta, pois.

VENCEREMOS!

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